Como os furacões se formam e por que não chegam no Brasil? Especialista explica

Furacão Milton tem alto potencial destrutivo e pode ser o pior do século ao atingir a Flórida nesta quarta-feira

Emanuele Braga

Furacão Milton nos EUA
Reprodução/NASA

O furacão Milton forçou moradores da Flórida a deixarem suas casas nesta semana. Com previsão de chegada na noite desta quarta-feira (9), ele tem alto potencial destrutivo e pode ser o pior do século, segundo especialistas. Mas como um fenômeno desse tamanho se forma? 

Em entrevista ao Band.com.br, a especialista em meteorologia Maria Clara Sassaki, da Tempo OK, explicou que o primeiro passo para a formação de um furacão é o aquecimento das águas, que acontecem próximo à linha do Equador, com temperaturas acima de 27 e 28 graus. 

“Quando se formam em uma região muito quente, pegam essa água superaquecida do Oceano e jogam para atmosfera. Quando essa água sobe, a umidade sobe para a atmosfera, condensa e forma nuvens de tempestade. Assim, essa tempestade vai passando por águas mais aquecidas e se alimentando cada vez mais”, explicou. 

A especialista explica que a ocorrência dos furacões também pode ser causada por cisalhamento dos ventos, que é como esses se movem ao longo da atmosfera, contribuindo para a formação de furacões ou ciclones.

Por que não temos furacões no Brasil?

Ao contrário dos Estados Unidos, no Brasil, não há temperaturas elevadas na costa. Maria Clara explica que as temperaturas das águas que banham o Brasil chegam, aproximadamente a 23 e 24 graus na altura do Sudeste, “mesmo onde temos temperaturas perto de 27°C, ela não se sustenta por tanto tempo”.

“Aqui, quando a gente tem uma tempestade se formando, uma frente fria ou ciclone, os ventos mais intensos no alto da atmosfera acabam dificultando a intensificação destes sistemas, por isso não ganham força suficiente para atingir a categoria de furacão”. 

Furacões nos EUA

Segundo a especialista, nos Estados Unidos, temos todos os ingredientes necessários para a formação e evolução de furacões, “além de todos os fatores acima, também existe a corrente do golfo, que flui do golfo do México em direção ao Atlântico Norte e fornece uma energia a mais para as áreas de baixa pressão”. 

Reprodução/Google Maps

A diferença entre o furacão Milton e o Helene, que também passou pela Flórida, é que o segundo atingiu a região norte, próximo a cidade de Tampa, localizada na Baía de Tampa, ao longo da Costa do Golfo da Flórida. 

Mais intenso e veloz, o furacão Milton deve atingir o estado inteiro. A especialista destaca que toda a península da Flórida deve sentir os efeitos do fenômeno, conforme mostra a imagem abaixo, disponibilizada pelo Centro Nacional de Furacões. 

Reprodução/Centro Nacional de Furacões

As áreas em vermelho sinalizam o alerta para furacões, assim como a marcação em azul indica estado de atenção para tempestades tropicais. Além disso, segundo a meteorologista, todas as cidades apontadas na imagem abaixo tem chance de sofrer com inundação repentina. 

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