Uma coisa é fato sobre as eleições americanas: o mundo inteiro sabe quando começa, mas não faz ideia da hora e/ou dia em que o resultado será divulgado, pelo menos oficialmente. Isso porque, nos Estados Unidos, como não existe um órgão eleitoral para centralizar as apurações, cada estado possui regras próprias quanto a isso.
Diferente do Brasil, as eleições americanas são administradas por milhares de escritórios e segue os padrões definidos pelos estados. Em muitos casos, os próprios organizadores não oferecem rastreamento atualizado dos resultados.
Nesse sentido, todos que aguardam pelo anúncio oficial do novo chefe da Casa Branca, na acirrada disputa entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris, precisam, também, esperar as autoridades eleitorais de cada estado divulgar os resultados.
Papel dos veículos de imprensa
Por outro lado, no histórico das apurações americanas, sabemos que resultados extraoficiais são divulgados bem antes de dezembro. Normalmente, em questão de horas. Isso depende dos veículos jornalísticos dos Estados Unidos, pois são essas empresas, com repórteres espalhados por todo o país, que projetam o vencedor, muitas vezes, no mesmo dia da votação.
Entre os exemplos, há a Associated Press, veículo que faz projeções dos presidentes eleitos há mais de 170 anos. Na prática, os chamados “repórteres de contagem de votos” coletam os resultados das eleições em nível local assim que as urnas fecham. Na sequência, os dados são verificados e relatados pelo veículo de imprensa.
No caso das apurações, o trabalho da imprensa consiste na coleta, reunião e publicação de informações que não estariam disponíveis por dias ou que estariam espalhadas por centenas de sites locais. Tal ação é justamente o que preenche a lacuna da falta de um padrão nacional.
Últimos resultados
Na história recente, na disputa entre Trump e Hilary Clinton, o resultado foi divulgado na manhã seguinte à votação. Em 2020, só soubemos da eleição do democrata Joe Biden, oficialmente, depois de cinco dias, num contexto de pandemia.
Para este ano, a expectativa é de mais rapidez na apuração, visto que mais de 72 milhões de eleitores votaram antecipadamente e boa parte dos votos já foi contabilizada. Após os resultados locais, os delegados depositarão os votos deles no Colégio Eleitoral, em meados de dezembro. O vencedor precisa conquistar 270 votos de 538.