O mundo volta às atenções para as eleições americanas, que começam no dia 5 de novembro deste ano, acompanhando a disputa entre a atual vice-presidente Kamala Harris, democrata, e o ex-presidente Donald Trump, republicano, pela corrida à Casa Branca. Mas como o resultado pode influenciar diretamente o Brasil?
Em entrevista ao Band.com.br, a professora de relações internacionais da ESPM, Natália Fingermann, explicou que o impacto relacionado ao Brasil está atrelado à parceria comercial entre os países, já que os Estados Unidos são o segundo principal parceiro do Brasil, atrás da China.
“O governo Biden tem uma relação mais próxima com o governo Lula. Eles têm algumas pautas em comum e defendem a esfera internacional, como a questão do meio ambiente. O fato de estar em acordo faz com que o Brasil receba recursos, por exemplo, para lidar com pautas do meio ambiente, que é um tema importante para a agenda da política externa do governo Lula”, explicou.
Após forte pressão e diversas gafes, Biden confirmou sua saída das eleições em agosto deste ano. Em um comunicado, Biden abriu mão da reeleição afirmando que é “de interesse do país e do Partido Democrata” a retirada da sua candidatura. Em seu lugar, Kamala Harris foi escolhida pelo partido após convenção.
Em relação a Donald Trump, a especialista afirma que, caso o republicano vença as eleições americanas, há a possibilidade de que alguns temas não consigam êxito em relação ao Brasil e ao mundo, mas ressalta que a parceria deve ser mantida no aspecto comercial.
“É bem possível que algum desses temas não consigam atingir da mesma forma os outros atores no cenário internacional. No entanto, eu entendo que no aspecto comercial, em relação à exportação e importação, isso deve se manter. O departamento de Estado tem uma postura muito pragmática, independente”, completou.
Eleições nos EUA e os impactos no mundo
Em relação ao cenário internacional, as eleições nos Estados Unidos são importantes porque o país representa “a maior potência hegemônica em termos militar e também tem grande relevância econômica”, segundo a professora.
Natália afirma que o país influencia, especialmente, em termos de comércio e temas políticos, mas também se apresenta como um defensor de direitos humanos e que “a depender de quem ganhar, talvez, as instituições democráticas no próprio país possam sofrer alguns danos”.