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Como a USP contabilizou 18,3 mil pessoas no ato de Bolsonaro pró-anistia, no Rio

Público de 18,3 mil calculado pela USP representa menos de 2% dos 1 milhão esperados e ficou bem abaixo dos 400 mil divulgados pela PM do Rio de Janeiro

Por Édrian Santos

Segundo cálculos da Universidade de São Paulo (USP), 18,3 mil pessoas estiveram no ato liderado por Bolsonaro pela anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro. A manifestação ocorreu no último domingo (16), em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Esse número representa menos de 2% do público de 1 milhão previsto e está bem abaixo dos 400 mil calculados pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. Mas como a USP chegou a esse resultado?

A metodologia usada é a Point to Point Network, técnica que permite fazer a contagem de cada indivíduo numa determinada área, por meio de fotografias de alta resolução captadas por drones.

Depois disso, um software identifica e marca, automaticamente, a cabeça das pessoas. Nessa etapa, há o uso de inteligência artificial.

Essa metodologia foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China e da empresa Tencent. O software foi treinado com fotos de multidão da Universidade de Xangai e outro dataset composto por imagens brasileiras.

O treinamento do software com base na realidade brasileira fez com que a margem de erro caísse de 30% para 12%, para mais ou para menos. 

“Foram tiradas fotos da praia de Copacabana em 4 diferentes horários (10:00, 10:40, 11:30 e 12:00), totalizando 66 fotos. Selecionamos 6 fotos tiradas às 12:00, momento de pico da manifestação. As imagens cobriam toda a extensão da manifestação, sem sobreposição”, diz trecho do relatório divulgado pela USP.

Segundo o relatório, esse processo metodológico garante uma contagem precisa, mesmo em áreas densas, como na manifestação em Copacabana. 

O Band.com.br procurou a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro para obter informações sobre a metodologia da contagem feita pela corporação, mas não obteve retorno.

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