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Como a extrema-direita chegou às portas do poder na França

Criado em 1972 por colaboradores nazistas e veteranos da Guerra da Argélia, partido de Marine Le Pen foi por décadas um pária na França. Agora, após “rebranding”, legenda ameaça formar maior bancada do país.

Por Deutsche Welle

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Marine Le Pen
REUTERS/Christian Hartmann

Os eleitores franceses voltam às urnas neste domingo (07/07) para o segundo turno das eleições legislativas. Os olhos estão especialmente voltados para o desempenho da Reunião Nacional (RN), que conquistou a maior fatia dos votos no primeiro turno.

Sucessora da antiga Frente Nacional (FN) e sempre dominada pela família Le Pen, a RN percorreu um longo caminho para se fixar no cenário político francês e se aproximar das portas do poder.

1972: Nazistas entre fundadores

Após a Segunda Guerra Mundial, a extrema direita permaneceu isolada na França, manchada por sua colaboração com a ocupação nazista (1940-1944). Alguns movimentos populistas chegaram a atrair eleitores nos anos 50 e 60, mas logo se dissiparam.

Em 1971, a liderança de um pequeno grupo neofascista chamado Nova Ordem delineou uma estratégia para unir facções extremistas dispersas e buscar influência política: a fundação de um partido.

Em outubro de 1972, essas facções se reuniram em Paris para fundar a nova legenda, batizada Frente Nacional (FN). A aliança buscou inspiração no partido neofascista Movimento Social Italiano (MSI), fundado em 1946 por antigos apoiadores de Benito Mussolini. Até mesmo o logo do MIS, uma chama, foi copiado pela FN.

Entre os fundadores da FN estavam Pierre Bousquet, Jean Castrillo e Léon Gaultier, ex-voluntários franceses da Waffen-SS, o braço militar da SS nazista, organização que teve papel central no Holocausto. Bousquet foi o primeiro tesoureiro da FN.

Outros fundadores incluíram Roger Holeindre, ex-militar e ex-membro da Organização do Exército Secreto (OAS), grupo terrorista que se opunha à independência da Argélia e que por diversas vezes tentou assassinar o presidente Charles de Gaulle. Já entre os nomes da Nova Ordem estavam François Duprat, considerado pioneiro na propagação do negacionismo do Holocausto na França.

Havia ainda monarquistas e ex-membros do regime de Vichy (o governo instalado pelos nazistas na França em 1940), como François Brigneau, Pierre Gérard e Victor Barthélémy.

Para a presidência da legenda, a Nova Ordem, que detinha posição dominante, tratou de indicar uma figura que julgava mais apresentável para o público. O nome escolhido foi Jean-Marie Le Pen.

O papel de Jean-Marie Le Pen

Já um veterano político de extrema direita em 1972 e à época ostentando um tapa-olho, Jean-Marie, hoje com 96 anos, sempre tentou mitologizar sua trajetória.

Por décadas, a história oficial da FN apresentaria a fundação do partido como uma iniciativa solitária de Jean-Marie, minimizando o papel dos neofascistas e nazistas. Ele ainda alimentaria a lenda de que perdeu a visão do olho esquerdo numa briga política – só revelando décadas depois que havia sido vítima de um acidente doméstico banal.

Mas, sob sua liderança, apesar de vários períodos de estagnação, a FN se tornou a única formação de extrema direita resiliente no pós-guerra francês, escapando do destino de outras agremiações que desapareceram rapidamente.

Nascido em 1928, Jean-Marie começou a militar na extrema direita ainda como estudante. Nos anos 1950, serviu como militar na Indochina e posteriormente se ligou ao “poujadismo”, um breve movimento populista da época, pelo qual seria eleito deputado em 1956, aos 27 anos.

Em 1958, durante a guerra de independência da Argélia, se licenciou do mandato e voltou a se alistar. Alguns jornalistas acusaram Jean-Marie de se envolver com tortura no conflito. Ele sempre negou e processou diversos acusadores.

De volta à política, dirigiu a campanha de Jean-Louis Tixier-Vignancour, ex-colaboracionista de Vichy que concorreu sem sucesso na eleição presidencial de 1965.

Sem mandato, Jean-Marie passou o resto da década na obscuridade. Uma nova oportunidade veio com a fundação da FN em 1972. Inicialmente, ele não detinha o poder na legenda, mas era ambicioso. Em 1973, a Nova Ordem se envolveu em uma pancadaria com comunistas em Paris e acabou banida pelo governo.

Jean-Marie aproveitou para suprimir a influência do grupo sobre a FN. A maioria dos membros da Nova Ordem – com exceção de François Duprat – deixou o partido.

No final da década, seria a vez dos veteranos da Waffen-SS, contrariados com o estilo centralizador de Jean-Marie, que transformaria o partido numa operação familiar, levando suas três filhas (Marine, Marie-Caroline e Yann), genros e netos para a máquina. Assim como ocorria nos grupos de extrema direita, a família Le Pen também ficaria marcada por brigas e rompimentos.

Em 1976, Jean-Marie ficou rico, após um milionário de extrema direita lhe deixar sua fortuna e uma mansão nos subúrbios de Paris. A nova residência veio em boa hora, já que o apartamento dos Le Pen havia sido destruído num atentado reivindicado por antifascistas. Em 1978, outra bomba mataria o neofascista Duprat.

1972-1981: Estagnação

Nos primeiros anos da FN, havia pouco espaço para siglas extremistas na França, que vivia a última etapa do ciclo econômico dos “Trinta Gloriosos”, as três décadas de crescimento galopante que se seguiram à Segunda Guerra. O desemprego não chegava a 2%, mesmo a imigração não era um tema expressivo no debate.

A FN tampouco tinha um programa original. Seu anticomunismo era compartilhado por legendas tradicionais, assim como a oposição ao gaullismo (o movimento de Charles de Gaulle), bandeira também da esquerda. Em 1973, nas eleições gerais, a FN só conseguiu 0,5% dos votos. A primeira campanha presidencial de Jean-Marie, em 1974, amargou 0,75%.

No fim da década de 70, o partido estava nas cordas, reduzido a cerca de 500 filiados e sofrendo com a concorrência de outra legenda nanica de extrema direita, o PFN, fundado por seus ex-aliados da Nova Ordem. Na presidencial de 1981, Jean-Marie não conseguiu nem mesmo reunir as assinaturas necessárias para concorrer e ficou fora do pleito.

1983-1988: primeiros sucessos em áreas afetadas pela desindustrialização

Os anos 80 marcariam uma reviravolta para a FN, que começou a atrair outros blocos da extrema direita, como católicos fundamentalistas e militantes mais dinâmicos.

A França também estava mudando. Os Trinta Gloriosos haviam se encerrado; a taxa de desemprego em 1981 era o triplo de 1972. Várias regiões começaram a se desindustrializar e a registrar aumento na criminalidade.

O perfil da imigração também havia mudado com o crescimento do percentual de pessoas originárias da África. É nessa época que o combate à imigração toma o lugar do anticomunismo na FN, estratégia sintetizada no slogan "Um milhão de desempregados é um milhão de imigrantes a mais".

Na eleição municipal de 1983, o partido chamou a atenção ao levar 16,7% dos votos em Dreux, nos arredores de Paris, centro industrial com forte presença de mão-de-obra do norte da África.

Em 1984, Jean-Marie fez sua primeira aparição televisiva, num programa de debates, rompendo um boicote dos canais estatais. A aparição o ajudou a torná-lo nacionalmente conhecido e ele iria se referir ao episódio como "a hora que tudo mudou".

Em 1985, foi a vez de a FN conseguir 11% dos votos nas eleições para o Parlamento Europeu e eleger dez deputados. Desta vez, o partido se saiu bem em zonas que sofriam com o fechamento de indústrias, especialmente novos “cinturões da ferrugem” do nordeste.

No mesmo ano, a França foi alvo de uma longa campanha de atentados cometidos pelo grupo libanês Hezbollah, que aumentaram a sensação de insegurança. E o desemprego continuava subir, chegando a 10% no ano seguinte.

Em 1986, beneficiado por uma mudança na legislação que impôs um sistema proporcional na eleição para a Assembleia Nacional, a FN conseguiu eleger 35 deputados. Essa bancada tentaria emplacar – sem sucesso – projetos como a reinstauração da pena de morte e impostos punitivos para empresas que contratassem estrangeiros.

Jean-Marie, por sua vez, seguiu dando declarações bombásticas e preconceituosas para chamar a atenção. Em 1987, veio aquela que se tornaria uma das suas falas mais infames: de que as câmaras de gás usadas para exterminar judeus no Holocausto seriam um mero "detalhe da história".

1988-2002: Consolidação

Jean-Marie chegou ao pleito presidencial de 1988 com o discurso anti-imigração e um componente antissistema. Conseguiu 14,4% no primeiro turno, melhor resultado para um extremista no pós-guerra.

No entanto, nas legislativas do mesmo ano, o partido foi prejudicado pelo fim do voto proporcional, e perdeu 34 dos seus 35 deputados.

Na segunda metade dos anos 1990, foi a vez de a FN conquistar quatro prefeituras – todas no sul da França. Na campanha de uma delas, a FN se beneficiou de escândalos de corrupção que atingiram um prefeito de centro-esquerda.

O partido esperava que essas cidades fossem uma vitrine da capacidade executiva da FN, mas as administrações foram marcadas por brigas internas e má gestão. Em Vitrolles, a prefeita da FN foi condenada por instituir um prêmio em dinheiro para habitantes franceses ou europeus que tivessem filhos, excluindo pais imigrantes de fora da UE.

Ainda nos anos 1990, a FN também começou a mudar suas bandeiras econômicas. No final dos anos 1970, o primeiro programa econômico do partido, elaborado por Pierre Gérard – um ex-colaboracionista de Vichy – era repleto de bandeiras liberais, como livre-comércio e redução da máquina pública.

Mas nos anos 1990, com o fim do comunismo no leste europeu, o partido passou a se mostrar cada vez mais adepto do protecionismo. Essa mudança se acentuaria com o crash financeiro de 2008 e a crise da zona do euro nos anos 2010.

2002: o choque do segundo turno na presidencial

Nos pleitos presidencias de 1988 e 1995, Jean-Marie havia mostrado ser capaz de reunir em torno de 15% dos votos.

Ainda assim,em 2002, a verdadeira briga, esperava-se, seria entre o então presidente, o conservador Jacques Chirac, que disputava a reeleição, e o socialista Lionel Jospin, que ocupava o posto de primeiro-ministro desde 1997.

Só que o desgaste político que Chirac e Jospin haviam acumulado, somado a uma pulverização da esquerda – que lançou vários candidatos – e a abstenção jogaram a favor de Jean-Marie de maneira surpreendente. Pela primeira vez desde o pós-guerra, um candidato de extrema direita havia chegado ao segundo turno presidencial. Jean-Marie havia tomado o lugar de Jospin, ao conquistar 16,8% dos votos.

À época, a França vivia um aumento de casos de agressão e de delinquência juvenil, especialmente nas periferias. Era um tema caro à FN, que conduziu uma campanha de "lei e ordem".

No entanto, olhando de perto, a base de Jean-Marie não havia aumentado significativamente em relação ao primeiro turno de 1995 (ele só recebeu 233 mil votos a mais).

E, no segundo turno, ele acabaria virando um saco de pancadas. Todos os partidos do establishment se uniram em torno de Chirac, que nem precisou fazer campanha e acabou reeleito com 82% dos votos.

Mas o feito quase acidental de tomar o lugar de Jospin evidenciaria que a extrema direita tinha potencial para avançar com o desgaste dos partidos tradicionais.

O mapa eleitoral ainda mostrou que a FN havia se fixado de vez nos cinturões da ferrugem do nordeste da França, e também na região de Calais, que no final dos anos 1990 passou a ser ponto de passagem para imigrantes ilegais que tentavam chegar ao Reino Unido, alimentando tensões locais.

2003-2011: declínio

Os anos seguintes ao “choque” de 2002 não foram frutíferos para a FN. Nas legislativas do mesmo ano, o partido obteve 11%, mas não elegeu nenhum deputado. O mesmo se repetiria em 2007.

Nas europeias de 2009, A FN se viu reduzida a 6% e elegeu apenas quatro eurodeputados – incluindo Marine Le Pen, que começava a ganhar influência e defendia internamente um programa de ”desdiabolização” para suavizar a imagem da FN e expandir o eleitorado.

Para Jean-Marie, o maior golpe veio na presidencial de 2007. Aos 79 anos, ele viu sua fatia de votos ser reduzida para 10%.

Naquele pleito, a bandeira de “lei e ordem” e o combate à imigração foram capturadas pelo conservador Nicolas Sarkozy, apadrinhado de Chirac, esvaziando a campanha da FN. Sarkozy, que havia ganhado projeção em 2005 ao afirmar que desejava limpar as periferias francesas da "ralé", acabou eleito.

2011-2021: liderança de Marine e "desdiabolização"

Em 2011, Jean-Marie, aos 82 anos, cedeu a presidência do partido para Marine, que assegurou o posto ao receber apoio de dois terços dos filiados e derrotar uma facção ultracatólica.

No comando, Marine colocou a desdiabolização em prática. As mudanças mais profundas ocorreram na abordagem da FN em temas sociais, que abandonaram resquícios neoliberais da legenda. Novas propostas de reforço da seguridade social e política de emprego começaram a se aproximar da agenda da esquerda. Mas a plataforma anti-imigração permaneceu a mesma.

Jean-Marie não tardou a criticar as mudanças promovidas por Marine. Numa sabotagem aberta contra a "desdiabolização", em 2015, ele repetiu publicamente suas falas de 1987 sobre as câmaras de gás serem um “detalhe”.

Marine reagiu expulsando o pai do partido, que comparou sua exclusão a um "parricídio".

E a França continuava a mudar. Entre 1995 e 2015, um terço dos empregos no setor industrial foram eliminados. Nos centros de pequenas e médias cidades o declínio do comércio local – sufocado por grandes redes instaladas em subúrbios – começou a ficar mais evidente. A FN começou a se posicionar como um partido para "vítimas da globalização".

Paralelamente, ataques terroristas entre 2015 e 2016 (Charlie Hebdo, Bataclan e Nice) incendiariam o debate sobre extremismo islâmico na França.

Marine fez sua estreia como candidata presidencial em 2012, conseguindo 17,9% dos votos, uma melhora em relação ao seu pai. Nas europeias de 2014, a FN conseguiu 24,9%, ficando na primeira posição.

Em 2017, Marine disputou novamente a Presidência, chegando ao segundo turno com 21,3%, apesar do desgaste provocado pelo uso de dinheiro russo na campanha.

A nova rodada foi disputada com o centrista Emmanuel Macron – seria a primeira vez desde a fundação da 5º República, em 1958, que um segundo turno não contou com participação da esquerda e conservadores.

Marine não chegou a representar uma ameaça, mas o pleito mudaria profundamente o cenário político. A vitória de Macron acabaria por destruir a tradicional alternância entre socialistas e a direita tradicional, reduzindo significativamente esses partidos e deixando o campo da oposição em aberto.

Em 2018, dentro da política de “rebranding”, a FN foi rebatizada como Reunião Nacional (RN), mas ainda manteve o logo copiado dos neofascistas italianos em 1972.

2021-2024: ampliação do eleitorado

Apesar da recuperação, alguns setores da extrema direita começaram a ficar impacientes com Marine. Nos tempos de Jean-Marie, o estilo bombástico afastava novos eleitores, mas matinha a base radical mobilizada.

A “desdiabolização“ de Marine alienou parte da militância histórica. Em 2021, o jornalista de extrema direita Éric Zemmour lançou uma legenda rival, atraindo insatisfeitos com Marine.

Mas o efeito Zemmour seria passageiro e Marine contava com votos de novos eleitores para compensar. A disputa do segundo turno seria novamente entre Macron e Marine.

Macron venceu novamente, mas desta vez por uma margem menor.

A presidencial de 2022 ainda marcaria uma aceleração na mudança do eleitorado da RN. Pela primeira vez, a RN teve mais votantes do sexo feminino do que masculino.

Marine conseguiu ainda capturar uma fatia maior de operários e de eleitores de baixa renda do que a esquerda. E, no segundo turno atraiu 17% dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, da esquerda radical e também antissistema.

No mesmo ano, a RN elegeu 89 deputados, um recorde, formando a terceira maior bancada da Assembleia Nacional.

Macron, por sua vez, perdeu a maioria na Casa e passou a recorrer a decretos para aprovar projetos, entre eles uma impopular reforma da Previdência.

Ainda em 2022, Marine cedeu a presidência a Jordan Bardella, jovem estrela da legenda (e namorado de uma de suas sobrinhas), então com 27 anos, que passou a tocar o dia a dia da legenda. Marine, no entanto, continua a exercer a palavra final.

2024: às portas do poder

Entre 2022 e 2024, a RN foi favorecida pela decadência do macronismo, agora castigado pelo aumento do custo de vida na esteira da pandemia e da guerra na Ucrânia.

Na eleição europeia de 9 junho de 2024, a RN mais uma vez conseguiu a maior fatia de votos e elegeu mais que o dobro de eurodeputados que o grupo de Macron.

O presidente, numa aposta arriscada, resolveu usar a derrota para convocar eleições legislativas antecipadas na França, e assim tentar recuperar a maioria centrista na Assembleia, perdida em 2022. Macron esperava mobilizar o eleitorado moderado pintando a RN como uma ameaça.

No primeiro turno, em 30 de junho, ficou claro que ele calculou mal. O grupo de Macron conseguiu só 20% dos votos. A RN, aliada com uma facção da direita tradicional, conseguiu 33%. No segundo turno, em 7 de julho, previsões indicam que a RN pode formar a maior bancada, mas ainda deixar escapar a chance de formar maioria de 289 deputados e controlar a Assembleia. A RN não esconde que seu maior objetivo é a Presidência em 2027.

Mas, mesmo com aparente sucesso da “desdiabolização” de Marine, a campanha legislativa ainda deixou transparecer na versão repaginada do partido o DNA da antiga Frente Nacional.

A imprensa francesa revelou que vários candidatos do partido neste pleito tinham um histórico de comentários racistas e antissemitas em redes sociais. Uma candidata na Normandia apareceu numa foto exibindo um quepe nazista. Outros haviam glorificado o regime de Vichy e a organização terrorista OAS. Na Alsácia, um candidato também gerou repúdio ao afirmar que a infame frase de Jean-Marie Le Pen sobre câmaras de gás “não era antissemita“.

Autor: Jean-Philip Struck

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