O comitê de médicos do governo de São Paulo fez um apelo para que reuniões familiares sejam evitadas. As informações são de Maira Di Giaimo, da Rádio Bandeirantes. Os encontros podem parecer inofensivos, mas contribuem para a disseminação da Covid-19.
Leandro Beltrame, que mora no interior de São Paulo, reuniu os parentes em um churrasco no mês passado e o resultado foi a contaminação de 8 das 12 pessoas que estavam presentes. Ele ainda transmitiu o vírus para uma colega de trabalho, que precisou ser internada.
“Estávamos em um churrasco com primos e familiares e uma nenê de quatro meses filha de um dos meus primos provavelmente se contaminou indo tomar vacina dias antes. Ela pode ter trazido o vírus para dentro do churrasco, contaminando 8 das 12 pessoas. Não valeu a pena se aglomerar naquele momento”, lamentou.
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Encontros, mesmo com poucas pessoas, representam grande risco, alerta o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. Paulo Menezes lembra que a enganosa sensação de segurança leva ao descuido das medidas preventivas, facilitando a contaminação.
“As pessoas acham que encontrar familiares ou amigos que não vê há muito tempo é inofensivo, mas não é. Nestes momentos acontece muito a transmissão do vírus de uma família pra outra, de uma pessoa pra outra, com consequente contaminação depois de uma família inteira que está numa residência”, alertou.
O Comitê de Saúde do estado estuda novas medidas que podem ser recomendadas ao governador João Doria, mas Paulo Menezes se diz contra o lockdown.
“São necessárias medidas que diminuíam o contato entre pessoas, mas que não sejam medidas ainda mais drásticas em cima daqueles que têm menos. Nós podemos ficar em casa e fazer distanciamento porque temos recursos pra isso, mas a população mais necessitada não tem”, argumentou.
Nesta sexta-feira (19), o governo de São Paulo pode anunciar novas medidas de combate à pandemia após reunião com o centro de contingência, no Palácio dos Bandeirantes.