A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou por unanimidade nesta terça-feira (08/10) o nome de Gabriel Galípolo para Presidência do Banco Central (BC). A decisão segue agora para o plenário da Casa.
Galípolo, que ocupa o cargo de diretor de Política Monetária da instituição, deverá ser eleito para um mandato de quatro anos à frente do BC.
Se confirmada a indicação, ele substituirá no comando da instituição o atual presidente, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro.
Sintonia com Haddad
Galípolo, de 42 anos, é formado em Ciências Econômicas e é mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, onde também lecionou nos cursos de graduação entre 2006 e 2012. Ele também foi professor no MBA de PPPs e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e é pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
Ex-secretário de Economia e de Transportes do governo de São Paulo, Galípolo trabalhou na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e no Banco Fator, instituição com expertise em parcerias público-privadas e programas de privatização, fundada por ele.
Em 2023, assumiu o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, até ser indicado e aprovado para a diretoria de Política Monetária do BC, que ele ocupa desde julho do ano passado
Galípolo tem a confiança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, depois de atuar desde 2021 como conselheiro da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva. Mais tarde, ele fez parte da equipe de transição do governo.
Favorito de Lula
Ele foi a primeira das indicações do presidente Lula para assumir uma diretoria do BC. Durante seu período como diretor de Política Monetária, ele teve poucas divergências com Campos Neto – frequentemente criticado por Lula por manter a taxa de juros no país em patamar acima do desejado pelo presidente.
A indicação de Galípolo foi anunciada no final de agosto por Haddad. Lula fez vários elogios ao economista, dizendo que ele tem "todas as condições" de presidir o Banco Central, além de possuir uma "honestidade ímpar".
Galípolo, no entanto, votou ao lado de Campos Neto na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC para interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros, contrariando a vontade do presidente, e mantendo a Selic em 10,5% ao ano.
rc/md (DW, ots)