A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (3), um requerimento para a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para que explique se houve pressão de dentro da pasta para aprovar a PEC do voto impresso fazendo ameaças sobre a realização das eleições de 2022.
O pedido partiu da oposição por meio do deputado Rogério Correia (PT-MG). Segundo o parlamentar, a Câmara quer descobrir se o ministro está atuando para prejudicar a realização das eleições do ano que vem caso a mudança não avance no parlamento.
Ao contrário de um convite, a convocação torna a presença do general obrigatória. O requerimento foi aprovado por 15 votos a favor e 7 contrários.
A data do depoimento ainda não foi confirmada.
Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo” de 22 de julho, Braga Netto teria enviado "um duro recado" ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) por meio de um importante interlocutor político para pressionar pela aprovação da PEC do voto impresso. A reportagem diz que o fato teria ocorrido no último dia 8 de julho. Braga Netto teria enviado um recado a Lira de que “não haveria eleições no ano que vem” se a proposta não fosse aprovada no Congresso.
Braga Netto é alinhado com o presidente Bolsonaro, defensor do que ele chama de “voto impresso e auditável”, inclusive, subindo o tom nos últimos dias em ataques contra o Tribunal Superior Eleitoral e seu presidente, Luís Roberto Barroso.