Comerciantes se armam com paus e tacos para enfrentar fluxo da Cracolândia

Dependentes químicos fizeram arrastões e invadiram comércios após operações de dispersão da polícia

Narley Resende

Pedaço de pau e taco de basebol usado por comerciantes da Rua Santa Ifigênia
Colaboração / Natan Santos

Comerciantes e moradores da região central de São Paulo passaram a enfrentar usuários de drogas na tentativa de impedir a expansão da Cracolândia após consecutivas operações policiais de dispersão. 

Nesta quinta-feira (7), trabalhadores das lojas da Rua Santa Ifigênia e outras do entorno, junto com seguranças e moradores, voltaram a se armar com pedaços paus e tacos de basebol para confrontar integrantes do “fluxo” que se instalou na região comercial, com lojas especializadas em produtos eletroeletrônicos.

Fluxo é o nome dado para a concentração de usuários de drogas em um determinado ponto.

“Barril de pólvora”

A presença de dependentes químicos bloqueia a Rua dos Gusmões e amplia o espaço ocupado por pessoas em situação de rua na região. 

Devido à quantidade de pessoas, o acesso a pé e de carro à Rua dos Gusmões, na altura da Avenida Rio Branco, foi prejudicado. 

Os consumidores que pretendem chegar à Rua Santa Ifigênia precisam encontrar caminhos alternativos, segundo o professor e publicitário Natan dos Santos. 

“Está um barril de pólvora, com a polícia fechando tudo, comerciantes se juntando com moradores, ao mesmo tempo que os viciados estão tentando vir pra cá porque estão sendo expulsos da Praça Princesa Isabel", contextualiza o consumidor. 

De acordo com comerciantes, o faturamento diminuiu 40% depois que usuários de drogas se instalaram na região. 

Na quarta-feira (6), comerciantes agrediram usuários de drogas com paus, pedras e garrafas e foram cobertos por policiais militares do Batalhão de Choque que passou em seguida na tentativa de expulsar o fluxo. 

Não adiantou. Os dependentes químicos voltaram e se espalharam pela região. 

Na madrugada e manhã de quarta, houve arrastão, depredação e invasão de lojas depois de uma operação policial, no que seria uma retaliação.  

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