Com 302 votos, o deputado Arthur Lira (PP-AL) foi eleito na noite desta segunda-feira (1) como o novo presidente da Câmara dos Deputados em primeiro turno. Seu principal rival na disputa, Baleia Rossi (MDB-SP), teve 145 votos. No total, 503 deputados votaram.
Candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, sua campanha teve forte envolvimento do Planalto, que não poupou promessas de cargos e recursos para emendas parlamentares para aumentar o apoio a Lira para presidir a casa nos próximos dois anos.
Logo após ser eleito, Lira anulou a votação para os demais cargos da Mesa Diretora, que é responsável pela gestão administrativa da casa. O registro das candidaturas será até às 13h desta terça.
No primeiro discurso após ser eleito, o novo presidente da Câmara defendeu um diálogo amplo e a independência do Legislativo. Também falou da importância da vacinação contra a Covid-19 e o equilíbrio das contas públicas.
Lira afirmou ainda que irá procurar o também recém-eleito presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para articular a votação de uma pauta emergencial.
O novo presidente da Câmara cumprimentou o antecessor Rodrigo Maia e disse que "a história irá julgar" o legado do deputado do DEM.
Dia tenso em Brasília
Na Câmara, a sessão para eleger a nova mesa diretora começou logo depois das 19h com os discursos dos 9 candidatos. O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) retirou sua candidatura.
Mas até o início da sessão teve muito bate-boca. Partidos como o PT perderam o prazo para confirmar a adesão aos blocos e, com isso, garantir cargos na mesa. A situação foi contornada depois que Rodrigo Maia estendeu o horário para o registro, já que teria havido um problema nos computadores da Câmara. Lira protestou.
Partidos de oposição convidados a integrar o bloco de Maia, como PT, PSB, PDT e PSOL racharam quando o Baleia Rossi descartou pautar a principal bandeira da oposição: o impeachment de Jair Bolsonaro. Na última hora, o DEM liberou a bancada para votar como quisesse. Irritado, Rodrigo Maia teria ameaçado dar uma última cartada: acatar um dos 60 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Mas foi convencido por aliados de que a tática não teria o apoio necessário.
Em seu último discurso como presidente da casa, Maia se emocionou. "Tenho orgulho de ser presidente dessa Casa e, mais do que isso, de ser deputado federal".