A implantação do Auxílio Brasil, novo programa de transferência de renda que vai substituir o Bolsa Família, tem deixado o governo federal “entre a cruz e a espada”, na análise da jornalista e colunista da BandNews Mônica Bergamo.
Por um lado, o mercado segue reagindo negativamente com a possibilidade de o governo federal implementar o programa podendo ultrapassar o teto de gastos do orçamento para pagar o piso de R$ 400 reais anunciado a partir de novembro. Nesta quinta-feira (21), o dólar encostou na casa dos R$ 5,67 após o ministro Paulo Guedes afirmar que o governo estuda uma licença para gastar além do teto.
Na esfera política, há a defesa de um valor maior que R$ 400 por parte da base governista. Rival político de Bolsonaro, o ex-presidente Lula defende que o benefício pague ao menos R$ 600 mensais.
Outro ponto de discordância é sobre o reajuste do benefício. A ideia principal defende a indexação do valor ao índice da inflação, mas a equipe econômica do governo resiste a essa proposta. Em entrevista ao BandNews TV, o relator da MP do Auxílio Brasil chegou a propor a imposição de reajuste a cada dois anos. Ele também criticou o caráter eleitoral da proposta defendida por Bolsonaro, que torna o valor do benefício temporário.
O programa social é visto como forma de elevar a popularidade de Jair Bolsonaro que, com cerca de um ano para as eleições presidenciais, perdeu apoio de muitas frentes populares. O presidente tem enfatizado a importância de se implantar o Auxílio Brasil o quanto antes.