Fernando Mitre

Mitre: Ver Pelé jogar era viver a expectativa do lance genial e do milagre

Jornalista acompanhou toda a carreira do Rei do Futebol e viveu grandes emoções nos jogos de Pelé no Pacaembu

Por Fernando Mitre

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

A primeira vez que vi o Pelé, e esse foi o título da reportagem que escrevi, ele não fez grande coisa em campo. Foi um Santos x Bangu no estádio do Pacaembu. Ele fez um gol de pênalti, com a famosa paradinha, e não foi muito além disso. Mas eu senti uma emoção intensa durante 90 minutos.

Depois, revendo aquele texto, vi que tinha escrito não apenas sobre futebol, mas sobre a emoção humana. Descobri naquele jogo que assistir e vivenciar o espetáculo de Pelé em campo não dependia propriamente de seu desempenho. As possibilidades infinitas do que ele podia fazer, mesmo que ele não fizesse, já era um espetáculo em si.

Ver Pelé jogar era viver a expectativa do grande lance, do lance genial, do milagre. Emoção inevitável.

No domingo seguinte, vi Pelé jogar de novo. Foi num Santos e Corinthians. Pobre de nós corintianos. Vi quando um espírito santo, ou alguma outra divindade, desceu sobre Pelé e aí eu fui um dos abençoados que assistiram aquele gol genialíssimo, na entrada da área, ele começa a encobrir zagueiro e vai chegando, até estufar as redes. Era o milagre que sempre esperado onde Pelé estivesse.

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