Mitre: uma história em construção

A noite de 14 de março de 1985 veio com a notícia que anunciava um pesadelo: o presidente de 75 anos, um civil eleito pelo Colégio Eleitoral, como símbolo e esperança da democracia, depois de 21 anos de ditadura, estava sendo levado em esquema de emergência para o hospital, na véspera da sua posse. 

Quem viveu aquilo não esquece. Nós vivemos aquela noite, temendo um retrocesso e dominados por essa insegurança que depois só crescia, enquanto o presidente Tancredo lutava e ia perdendo para a morte, naqueles 39 dias de martírio. 

E a esperança, cheia de dúvidas, se voltava para o vice José Sarney. Aí começa a história em que o protagonista foi ele, agora homenageado como o condutor do difícil, às vezes traumático processo em que o país caminhou para consolidar sua democracia, sempre necessitada da eterna vigilância. 

Os que acompanharam todos aqueles tempos, e muitos já acompanhando tudo desde o golpe de 64, podem avaliar, não só o sentido profundo das comemorações dos 40 anos de democracia, como também das homenagens ao ponderado, pacifico, mas determinado, muito criticado e, finalmente reconhecido José Sarney.

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