Fernando Mitre

Mitre: tornar crime a discriminação contra pessoas politicamente expostas

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

Agora teremos um grupo de seres humanos especiais, intocáveis? É o que pode ser lido no projeto aprovado a toque de caixa na Câmara, tornando crime - com pena de até 4 anos de prisão -  discriminar pessoas politicamente expostas. 

O projeto usa esse conceito propondo uma casta de blindados? A opinião pública se expressar diante de seus representantes é fundamental na democracia. Faltou com o respeito? Alguém injuriou? Prejudicou um político ou seus parentes na vida particular, na história bancária deles, por exemplo? 

Tem lei para tudo isso, tem processo, tem até cadeia, se for o caso. E, às vezes, é o caso. Mas o que esse projeto transforma em lei - mesmo tendo sido um tanto atenuado no final - é um dos vícios da nossa sociedade, como mostra o antropólogo Roberto DaMatta: é a famosa pergunta "você sabe com quem está falando?" 

Conversei com o DaMatta sobre isso. A conclusão é que querem dar força de lei a um vício social.

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