E o clima pesado em torno da taxação das blusinhas foi superado. A matéria, nada simples, aprovada no Senado por votação simbólica, volta para a Câmara, onde não deve haver problema. O acordo garante, com o empenho do presidente da Casa, Arthur Lira. É um problema a menos para a articulação do governo, que anda com muita dificuldade por lá.
Sobram os episódios de votação, no Congresso, ilustrando a mudança, ou mostrando como mudou a relação entre Executivo e Legislativo. Oito partidos da base, ocupando ministérios, votaram contra o governo no caso da “saidinha” de presos, por exemplo, e não só nesse caso, mas em vários outros.
Faz tempo que não é mais como antes, como temos lembrado aqui. Aquela ideia de governo de coalisão, com a divisão de nacos de poder e o consequente apoio garantido no Congresso, já acabou.
O parlamento, hoje, tem muito mais força, poder orçamentário. Os próprios partidos têm mais dinheiro, obra das emendas e do fundo partidário. E aquela cena tradicional do deputado pedindo audiência com o poderoso ministro está se tornando coisa do passado. Some-se a isso o fato de o perfil do atual Congresso ser, na sua grande maioria, conservador.
Com todas essas dificuldades, o presidente Lula demorou a se dispor a entrar naquele corpo-a-corpo. Agora, está chegando mais. Vamos ver.