A minuta da PEC apresentada pelo vice Geraldo Alckmin propondo retirar o Bolsa Família do Teto de Gastos de forma permanente será trabalhada como um anti-projeto. Daí é que vai sair o que será aprovado pelo Senado e na Câmara. A questão do prazo está pegando, a ideia de restringir tudo a 2023 é forte no Congresso, no PT se conta até com negociação desse ponto.
O chamado cheque em branco por quatro anos ao governo não tem chance ou chance mínima, enfim, a negociação está aberta e já começou. E nela, entra, obviamente, o desafio fiscal. O compromisso de atender os benefícios sociais tem de ser cumprido e isso é claro, ainda mais quando se confere o dramático quadro social do país.
Lula enfatizou esse compromisso na última entrevista, de novo descuidado ou equivocado com o lado fiscal e provocou novas reações do mercado. Preocupou também economistas que o apoiam, três deles mandaram uma carta ao presidente eleito advertindo sobre a importância das regras fiscais.
Mesmo porque, é óbvio para todos, como diz Pérsio Arida, ligado a Alckmin e muito ouvido na equipe de transição, as responsabilidades social e fiscal devem estar juntas, evitando que o benefício social seja devorado pela inflação, o que agride a sociedade, a economia como um todo, mas machuca principalmente os pobres.