O projeto antiaborto — que prevê, entre outras coisas, pena maior para a vítima do que para o estuprador — está se encaminhando para a gaveta da Câmara. Devia ficar lá, mas não vai.
Voltará, ou está previsto para voltar no segundo semestre, numa discussão ampla — o que é, em si, saudável — perdendo, muito provavelmente, essa excrescência da relação das penas da vítima e do estuprador, mas mantendo outras irracionalidades.
Como a de continuar equiparando a homicídio o aborto em qualquer circunstância. Não é difícil perceber e prever os próximos capítulos. A sociedade reagiu, agora, essa reação cresceu, a ofensiva do absurdo recuou, a Câmara postergou.
Este tema — na verdade, uma profunda questão de consciência, religiosa ou não, mas que não pode excluir o problema gravíssimo da saúde pública — esse tema ainda vai esquentar e muito na comissão especial prevista na Câmara, nas audiências públicas e nos debates da sociedade de modo geral.
O que significa que o alerta que funcionou agora. As forças que se uniram vão ter que continuar atuando. Unidas.