A disposição do presidente Lula em melhorar o modo de tratar o Congresso, conversando mais e com mais gente, reunindo-se toda semana com o grupo encarregado da articulação, espalhando sua presença por lá, não vai por si só resolver o problema, que parece cada vez mais agudo da relação entre Executivo e Legislativo. Mas, pelo menos, significa o reconhecimento de que o governo tem que se mexer. E o governo vai se mexer.
Não é a boa ou a má articulação que explica as derrotas com a derrubada do veto de Lula que mantinha a “saidinha” de presos e com a manutenção daquele veto de Bolsonaro livrando as fake news de criminalização.
Aí, nessas votações, apareceu, de corpo inteiro, o perfil conservador do Congresso, na sua grande maioria, com o recado de que matérias como essas, principalmente na área da segurança, a esquerda ou o que virá da esquerda vai continuar perdendo, inclusive com votos, como agora, saídos de setores considerados da própria base governista.
Diferenças estão em outros temas, como os da economia, mais ainda em projetos com tendências liberalizantes, claro. Aí o governo, com uma boa articulação no Congresso, principalmente melhorando o que tem hoje, pode se dar, e vai se dar, bem melhor.