Não faltam sinais e algumas advertências de que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), agora inevitável, sobre os atos criminosos de 8 de janeiro não deve trazer resultados significativos que enriqueçam as investigações.
A Polícia Federal e o judiciário têm feito seu trabalho, embora ainda haja muito a apurar e esclarecer. E nada deve ficar sem investigação. Mas, politicamente, as imagens do general Gonçalves Dias interagindo com os vândalos naquele domingo significavam, desde o primeiro momento, porta aberta para sua demissão e para a instalação da CPMI.
Ele depôs negando qualquer responsabilidade naquilo e citando influência hoje no GSI do antecessor, general Augusto Heleno, que ainda teria informantes por lá. Vamos ver as apurações e o que vem, politicamente, com esse novo duelo oposição/governo.
Num momento em que a concentração das atenções do parlamento no trabalho de discutir e votar o arcabouço fiscal e preparar a chegada da reforma tributária seria a prioridade do país. E sem ruídos e tumultos outros que a CPMI, agora, certamente, vai produzir.