Fernando Mitre

Mitre: os motivos da troca no comando do Exército

Fernando Mitre analisa a decisão de Lula de trocar o comandante do Exército

Fernando Mitre

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo informado da tendência política - que seria bolsonarista - do general Arruda, havia mantido a decisão de convidá-lo para o comando do Exército. Os motivos para a demissão vieram depois, vieram das atitudes do comandante, vistas como omissão ou cumplicidade com os atos criminosos do dia 8 de janeiro. 

Lula queria, quando escolheu um general como Arruda, o mais antigo, facilitar relações normais ou normalizadas com as Forças Armadas, até para poder centrar suas preocupações e prioridades nas ações de governo. Aliás, já é hora. Ou até já passa da hora. 

É o que se espera, enquanto avançam as investigações necessárias dos crimes do dia 8, agora que a escolha do  general Tomás Paiva é entendida como a solução  adequada para a normalização dessas relações com a área militar - como Lula queria, quer e precisa depois de ter errado na primeira escolha. 

Em entrevista, na Argentina, as declarações de Lula sobre as relações com o Exército podem ser lidas como superação daquela fratura na confiança que, como se deseja, deve ir ficando para trás. Na expectativa da página virada.

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