O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo informado da tendência política - que seria bolsonarista - do general Arruda, havia mantido a decisão de convidá-lo para o comando do Exército. Os motivos para a demissão vieram depois, vieram das atitudes do comandante, vistas como omissão ou cumplicidade com os atos criminosos do dia 8 de janeiro.
Lula queria, quando escolheu um general como Arruda, o mais antigo, facilitar relações normais ou normalizadas com as Forças Armadas, até para poder centrar suas preocupações e prioridades nas ações de governo. Aliás, já é hora. Ou até já passa da hora.
É o que se espera, enquanto avançam as investigações necessárias dos crimes do dia 8, agora que a escolha do general Tomás Paiva é entendida como a solução adequada para a normalização dessas relações com a área militar - como Lula queria, quer e precisa depois de ter errado na primeira escolha.
Em entrevista, na Argentina, as declarações de Lula sobre as relações com o Exército podem ser lidas como superação daquela fratura na confiança que, como se deseja, deve ir ficando para trás. Na expectativa da página virada.