Quando o golpe de 64 derrubou o presidente João Goulart, um dos países da América Latina que imediatamente romperam com o novo governo brasileiro foi a Venezuela. O governo de Caracas, seguindo na época a Doutrina Betancourt, não admitia conviver diplomaticamente com ditaduras. Era o respeito venezuelano à democracia.
Nada parecido - é acaciano ou irônico dizer isso, claro -, nada parecido com o desrespeito de agora, quando, em mais uma demonstração das convicções autoritárias que imperam na Venezuela, o regime e a Justiça de Maduro resolvem calar e banir a voz mais significativa da oposição.
Maria Corina Machado está impedida de se candidatar à presidência. Há reações de vários países, Estados Unidos retomam as sanções contra a Venezuela. Mas, enquanto Maduro segue eliminando adversários, o governo brasileiro simplesmente se omite.
Muitos apoiadores e até aliados próximos ao presidente Lula - e esse número cresce - discordam dessa posição omissa e errada.