Os acertos finais, na Câmara, para a aprovação da PEC de transição, dia intenso de negociação, coincidiram com uma movimentação noticiada de aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), querendo lançar um nome para disputar a presidência da Câmara com Arthur Lira, candidato à reeleição.
O grupo foi estimulado pelo desgaste de Lira com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de deixar o Bolsa Família fora do teto e de considerar inconstitucional o orçamento secreto.
Lula não tem nada a ver com essa ideia de candidatura alternativa. Elementar. Primeiro, porque isso não tem a menor viabilidade política. Lira, apesar daquelas más notícias do STF, está forte no terreno dele.
Também é sempre bom lembrar que o PT, no tempo da então presidente Dilma Rousseff, deve ter aprendido como custa caro ter um presidente da Câmara como inimigo atuante, depois de disputar, hostilizar e perder para Eduardo Cunha.
O que o novo governo de Lula precisa e quer, e o bom senso sugere, é manter, mesmo com tantos obstáculos e desconfianças – que já estão aí – um caminho permanente de negociação e entendimento no Congresso, na aprovação da PEC e depois dela.