Mitre: gasto social com responsabilidade

Demora do presidente eleito Lula (PT) anunciar o escolhido para o ministério da Economia 'cria expectativa e a insegurança vem junto', diz Fernando Mitre

Fernando Mitre

Atacar, com medidas e benefícios prometidos na campanha, a dramática situação social brasileira se opõe, tem que se contrapor ao equilíbrio fiscal? A resposta que o país já conhece é "não" - mesmo porque as políticas sociais só funcionam de maneira sustentável se tiverem como alicerces regras fiscais eficientes. Ao contrário de se contraporem, devem atuar juntas.  

Essa questão, no entanto, mal colocada e tumultuada - principalmente depois do discurso equivocado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), provocando as proclamadas reações negativas do mercado - tem alimentado inseguranças, no momento em que se negocia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição para garantir os benefícios sociais esperados. 

A responsabilidade fiscal já está introduzida nas negociações no Congresso, por aliados de Lula, amenizando os efeitos daquele discurso. E há vários caminhos propostos, como esse do teto de gastos flexível. Vamos ver! Não é simples, mas a expectativa cresce e a insegurança vem junto, enquanto o presidente eleito não anuncia seu ministro da Economia. 

Anúncio que viria muito bem acompanhado se Lula revelasse o nome do ministro da Economia, deixando mais claras suas intenções com a disciplina fiscal, principalmente se tomar como referência o seu tempo de presidência, quando não faltou superávit fiscal nem faltou redução de dívida pública. 

Os tempos são outros, mas o presidente é o mesmo.

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