Fernando Mitre

Mitre: faltam tempo e consenso para a PEC da Transição

Fernando Mitre analisa as discussões para o texto da PEC proposta pelo presidente eleito Lula (PT) para garantir o pagamento dos benefícios sociais

Fernando Mitre

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

Falta o consenso e sem ele não há o valor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. R$ 175 bilhões? R$ 136 bilhões? R$ 80 bilhões? Não há também o prazo… Quatro anos? Um ano ou dois anos?  

Não há, portanto,  o texto, que vai precisar de assinaturas, não há relator, claro. Enfim, não há PEC da Transição, por enquanto, e o tempo de articulação vai passando. Falta diálogo eficiente, coordenação eficiente.  

A ideia de deixar fora do teto, por quatro anos, o valor dos benefícios prometidos pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não parece viável politicamente. Caminha-se para um valor de 136 bilhões por um ano, prazo pouco confortável para o governo, que gostaria de ter os quatro anos, mas aí sem chance. 

Há também a possibilidade de um prazo de dois anos, um meio termo possível. E tudo isso considerando uma âncora fiscal, que já está incluída, pelo menos, nas discussões da  PEC. Vamos ver. 

Discussões bem mais difíceis do que as equipes do novo governo esperavam, para essa matéria - que é fundamental e necessária. E conta com um tempo curto para ser articulada, acertada, votada e aprovada.

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