Nessas últimas declarações do presidente Lula, o nome do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, vem se tornando, cada vez mais claramente, o escolhido para ser o novo presidente, substituindo Campos Neto.
E os elogios a Galípolo crescem enquanto crescem também os ataques de Lula ao atual presidente do BC. Os juros — agora em 10,5% com uma inflação de menos de 4,0% — provocam as mais iradas reações de Lula. Ele não engole esses juros — que foram decididos por unanimidade no Copom, incluindo, é bom lembrar, os votos de Galípolo e dos outros três indicados por Lula.
Agora cresce a expectativa diante da possibilidade de Galípolo — entre elogios de Lula — assumir o lugar de Campos Neto. Com isso, o que pode ou vai mudar? Vamos ver. Mas uma das funções de um BC com autonomia seria, exatamente, evitar, com consistência técnica, os excessos dos políticos.
O que significa que os atritos, as discordâncias e as críticas são inevitáveis. Seja qual for o presidente do BC. A menos que, numa situação impensável, se perca a autonomia. Aí já seria outra história.