O resultado das escolhas para as comissões na Câmara - que surpreendeu e preocupa o Planalto - pode ser entendido como expressão de uma espécie de média das posições ideológicas na Casa. Mas também está claro o efeito da frágil articulação política do governo.
Algumas comissões, como a da Educação, agora presidida pelo bolsonarista Nikolas Ferreira - são as maiores preocupações. Principalmente, num ano eleitoral. Enfim, o PL deitou e rolou... aqui lembrando, óbvio, que é o maior partido da casa.
Mas o resultado em geral soa como advertência para o governo, de que a articulação, de fato, vai mal - como se vê nas relações críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira, com o ministro Padilha. Lira não ajudou o governo nisso aí.
O presidente Lula tinha mostrado que já se decidiu a entrar pessoalmente na articulação. Neste terreno de interesses cada vez mais complexo e difícil, oposição muito forte, um ambiente muito mais complicado do que nos tempos dos dois mandatos anteriores dele. Agora, a presença maior de Lula, e até no corpo a corpo quando for o caso, pode ser um passo positivo, entre outros, mesmo não sendo garantia de sucesso.