Uma vaia equivocada que apareceu, com sotaque petista, quando foi citado o nome de Arthur Lira (Progressistas), na posse do ministro Alexandre Padilha, preocupou lideranças do governo, mais atentos ao difícil trabalho de organização da base de apoio a Lula na Câmara. A vaia pode não significar muita coisa, mas a preocupação que provocou… significa.
E faz todo o sentido. Arthur Lira, que terá apoio da bancada do PT para a sua reeleição como presidente da Câmara, deve ser importante, para não dizer decisivo, nas relações do governo com a casa.
Os cálculos do Planalto, considerando a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição e a nova Câmara que virá com 39% de renovação, chegam a um apoio de 320 votos. O líder José Guimarães fala nesse número.
Precisando de 308 para aprovar uma PEC, essa folga é uma espécie de mínimo necessário. O desafio do governo vai ser duro na Câmara, talvez um pouco menos no Senado. Mas, se existe aí um erro a ser evitado, seria vaiar Artur Lira.