Se a atual ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a urna eletrônica coincide com uma persistente oscilação positiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas últimas pesquisas, como se mantém no Datafolha que acaba de sair, os analistas têm base para concluírem que atacar o sistema eleitoral e as instituições vem prejudicando, sim, a campanha do candidato à reeleição.
Isso não é de agora. Desde uma pesquisa Quaest, em maio, que mostrava prejuízo de Bolsonaro naquele episódio da condenação do deputado bolsonarista Daniel Silveira por atacar o Supremo Tribunal Federal (STF), já estavam aí elementos suficientes para essa avaliação de que Bolsonaro perde apoio nos confrontos com as instituições.
Não é por outra razão que áreas significativas dos aliados, mais ali no centrão, sempre insistiram pelo fim desses ataques ao sistema eleitoral e ao STF.
Agora, às vésperas da eleição, o argumento se fortalece com as reações variadas e intensas de setores da sociedade a favor da credibilidade do nosso sistema eleitoral e da urna eletrônica, que funciona há 26 anos, reconhecida aqui e no exterior, e, sempre é bom lembrar, sem nenhuma fraude.