O adiamento da apresentação do arcabouço fiscal se explica por várias razões, uma delas é que ainda há resistências dentro do governo pela chamada ala política, que quer mais investimento e menos austeridade fiscal. Todo mundo sabe que Lula é sensível a isso.
Outra razão é que, de fato, soltar a âncora fiscal e viajar para a China, deixando a discussão aqui, seria um descuido grande. O arcabouço precisa de maioria simples no Congresso, mas a garantia de aprovação ainda não está à vista.
O trabalho com o Congresso não anda com facilidade. No Senado vai melhor. Mas, além das dúvidas com a âncora fiscal - quando se fala em aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que precisa de 308 votos na Câmara, como a da reforma tributária, aí então é fácil ver que falta muita negociação política por ali.