Demorou, mas veio uma palavra do presidente Lula seguindo a linha que, na história do Itamaraty, tem predominado quase sempre: o pragmatismo nas relações diplomáticas. O que não tem nada a ver com apoios ou sorrisos para ditaduras.
Pelo novo tom de Lula, o Brasil não poderá ter qualquer tolerância com fraudes ou ações autoritárias por lá.
Maduro, se puder, a julgar pelo que fez até agora, pode engrossar, manter seu estilo nessas eleições e o Brasil não poderá ficar quieto. Uma coisa são as relações comerciais, os interesses objetivos que o país tem na diplomacia com a Venezuela. Outra é contemporizar com fraudes e com o regime autoritário.
Maduro tem que aprender: Quem ganha fica, quem perde sai numa eleição reconhecida por todo mundo. Foi o que Lula defendeu agora e é o que ele deve praticar como política. Pelo menos, o tom está dado.
Haverá dois observadores do nosso TSE acompanhando as eleições e o enviado de Lula, Celso Amorim. E há o Acordo de Barbados, que sustenta esta posição agora declarada de Lula. Detalhe: o candidato da oposição a Maduro agradeceu a fala de Lula. O quadro evolui.