Fernando Mitre

Mitre: a posição de Lula, ou a falta dela, diante da crise na Venezuela

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

O presidente Lula confidenciou que se sente numa situação complicada e delicada na relação com a Venezuela? Nem precisava dizer. Complicada a situação da Venezuela já está faz tempo. E delicada ou difícil vai ficando, cada vez mais, na medida em que se estreita ou vai desaparecendo o espaço para alguma negociação. 

Faz sentido o presidente Lula se manter, ou tentar se manter numa posição que seria de um moderador sem rompimentos ou discursos condenatórios que isolem mais o governo de Maduro. 

Não precisava era aquela fala de que nada de grave estava acontecendo no país e que, qualquer dúvida, a Justiça de lá resolve. Aí não. Essa declaração nunca teve nada a ver com a realidade. Melhor seria uma boa defesa da democracia. 

Mas a posição, agora, mais cautelosa de Lula, está, como se vê, coincidindo com uma evolução dos acontecimentos, mais fechando do que abrindo caminhos. Como o anúncio da oposição considerando vitória de Edmundo González sobre Maduro, que também, claro, já proclamou e comemorou vitória. 

A fraude salta aos olhos e cresce o número de países protestando, aumentando também os que reconhecem a vitória da oposição. Negociar o que e como? Com Maduro? Ou com as Forcas Armadas, fechadas com Maduro? A oposição iria até onde? A única conclusão da maioria dos analistas é que a situação só vai piorando mais para os venezuelanos, é evidente.

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