Fernando Mitre

Mitre: a perda de uma referência econômica para o Brasil

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

Maestro do chamado milagre econômico nos anos 70, servindo a três governos militares, tempo de crescimento de até 14%, seguindo-se depois a explosão inflacionária, um mal piorado pela concentração de renda. 

Delfim Netto foi um dos mais marcantes homens públicos de sua época. Grande figura sempre na mídia. A última vez que conversei com ele foi sobre um de seus vícios, melhor dizendo, virtudes, que era a procura voraz de livros pelas livrarias e sebos: ele me contava que havia doado para a USP os 250 volumes da Enciclopédia Francesa, a enciclopédia de Diderot e Dalembert. Uma preciosidade que tinha em casa. 

Depois, doou o acervo todo. Entre gostos e interesses variados, Delfim construiu o caminho que o tornou o mais poderoso ministro da Fazenda da nossa história e o mais consultado e ouvido economista por empresários e políticos de qualquer tendência - como o próprio Lula. 

Perdeu-se muito com a morte de Delfim. Perdemos inclusive o brilhante entrevistado que ele sempre foi. 

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