Incontáveis são as entrevistas que já fiz com analistas de pesquisas ou diretores de institutos ouvindo que eleição municipal se decide pelas questões locais ignorando-se os valores e interesses nacionais. E tem sido assim nos últimos anos, com poucas exceções.
Mas São Paulo agora tem que ser vista de maneira mais ampla. Aqui a polarização e a visão nacional são mais claras, com um ponto que chama a atenção. À direita, 40% dos que escolhem o prefeito Nunes votaram em Bolsonaro para presidente. E os que escolhem Pablo Marçal? A mesma coisa – 40% também de eleitores bolsonaristas. À esquerda, entre os que estão agora com Guilherme Boulos, 48% votaram no Lula.
Simplificando aqui: Lula, Bolsonaro, hoje apenas cabo eleitoral, e a perspectiva de 2026 têm presença forte nesta disputa paulista - nunca esquecendo o governador Tarcísio, que cresce na campanha apoiando o prefeito Nunes. Já se observando que a força de Tarcísio tem sido maior do que a de Bolsonaro nesse apoio ao prefeito Nunes, hoje à frente de Marçal a caminho do segundo turno.
Lá estará o candidato Boulos, segundo as pesquisas. O significado nacional desse confronto é óbvio - será grande, mesmo tendo o maior peso as questões locais ainda.