Na noite trágica de 14 de março de 1985, quando as primeiras notícias sobre o internamento de Tancredo Neves, na véspera de sua posse, ainda soavam como irreais, o perplexo vice-presidente José Sarney ouviu, no telefone, a voz de um general, que encerrava aquelas horas intensas de incertezas e temores de retrocesso, depois de 21 anos de ditadura.
A voz era do general Leônidas Pires Gonçalves, que encerrava o telefonema com um cumprimento que valia por um capítulo inteiro de nossa história:
"Boa noite, presidente" e bateu o telefone. A partir dali, Sarney, que relutava em tomar posse, decidiu assumir sua missão. Ele conta tudo isso e muito mais no precioso Canal Livre desta semana./
Ali ficaram claras a prática e a importância de virtudes políticas básicas - e entre elas não faltam o equilíbrio e a tolerância - na complexa condução do processo de consolidação da nossa democracia, que continua firme e sólida, embora, às vezes, não pareça.