Apoiar o pedido da OEA (Organização dos Estados Americanos) por democracia na Nicarágua é o mínimo. A frase "fortalecer a democracia", como o Brasil havia sugerido para o texto - ideia recusada - não fazia o menor sentido. Não se pode fortalecer o que não existe. Foi um bom recuo do Itamaraty. Trata-se de construir a democracia naquele país onde a ditadura deita e rola.
O Brasil pode e deve ser contundente contra esse regime, assim como deve rever sua posição sobre o governo da Venezuela. Não dá para contemporizar com essas ditaduras. O que não significa que não possam haver relações diplomáticas e comerciais com esses países, dentro do interesse do Brasil, mas homenagear ditaduras, como aconteceu recentemente com Maduro em Brasília não é aceitável. Como não seria - ou pegaria muito mal - o jantar de Lula, felizmente cancelado, com o príncipe da Arábia Saudita, aquele acusado de ter mandado decapitar um jornalista crítico ao regime dentro da embaixada do país.