Fernando Mitre

Mitre: a performance dos candidatos no debate americano

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

Mostrar quem ela é. Kamala Harris entrou no debate, seu primeiro e talvez único contra Trump, com esse objetivo. E parece claro, que, depois desse confronto, não ficaram sem resposta aqueles 28% dos eleitores americanos que diziam querer conhecer melhor a candidata. 

Agora conhecem. Mas é apenas um passo. Só as pesquisas continuadas durante a campanha vão dizer se, com isso, ela conquistou votos suficientes para melhorar sua posição. Se, de fato, isso chegou ao eleitor indeciso. O que já parece claro também é que é difícil - fora do grande círculo dos engajados trumpistas - ... alguém dizer que Kamala não foi a melhor no debate.

Trump é bom debatedor, mesmo abusando de mentiras, como voltou a fazer nesse confronto. Contra Joe Biden, que mal conseguia reagir, Trump deitou e rolou. Mas contra Kamala, foi bem diferente. Umas das mentiras de Trump - aquela, meio esquisita, dizendo que imigrantes estariam comendo cães e gatos de estimação dos americanos - foi desmentida por um dos jornalistas presentes. 

Pesou bastante contra ele. Até novembro, não está descartado outro debate. Kamala já se adiantou dizendo que gostaria de participar. Quem sabe, com o decorrer da campanha, Trump possa topar. Um novo debate faria bem à campanha americana. Os debates são fundamentais - embora nem sempre ganhar debate signifique ganhar eleição. 

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