O general Augusto Heleno, sempre leal a Bolsonaro, no tumultuado depoimento na CPMI dos atos golpistas, podia não estar errado, quando disse que o tenente-coronel Mauro Cid não participava das reuniões do presidente.
Mas mesmo Mauro Cid não estando sentado à mesa, e ocupando uma cadeira atrás dos participantes, sem falar e apenas ouvindo, a presença dele ali na sala - como comprovou a foto - configura sua condição de testemunha e pode fundamentar sua delação. É nessa linha que as investigações da PF tem avançado, confirmando Mauro Cid como figura central em tudo isso.
A delação - que o general chama de fantasia - aponta situações gravíssimas, mas que ainda precisam de comprovação - é essa a expectativa diante das investigações da polícia. Enquanto a CPMI - que costuma ser mais espetáculo que investigação - trabalha as possíveis relações entre os atos criminosos do 8 de janeiro e tantos episódios anteriores - aqueles, que vão se tornando mais conhecidos, do tempo de Bolsonaro, antes da posse de Lula, e durante e depois das eleições.
A grande pauta são esses elos de ligação. E é por aí que tudo, tudo isso tem que ficar esclarecido e, então, seguir seu curso dentro da lei.