Mitre: Lula e as Forças Armadas no desfile de 7 de setembro

Fernando Mitre

Às vésperas do início do julgamento das ações penais dos alucinados do 8 de janeiro, as atenções se voltam para as comemorações do Dia da Independência (7 de setembro) com o desfile em Brasília, esperando a participação de 30 mil pessoas, que assistirão também a uma homenagem do presidente da República às Forças Armadas. 

Assim, a paisagem vai tomando a forma, cada vez mais visível e completa - embora com alguns recuos entre os avanços - da normalidade democrática, com obviamente alguns pontos a serem ajustados. 

E aqui o trabalho do ministro da Defesa tem sido essencial. Dos quartéis chegam sinais de constrangimento - expressão usada no comando da Marinha há alguns dias - com a prisão e envolvimento de militares, tanto nos movimentos golpistas investigados quanto no caso das joias presenteadas a Bolsonaro. E prevalece a posição já expressa pelo comandante do Exército de não admitir desvios de conduta de qualquer membro das Forças Armadas, que - se há culpa comprovada - devem ser punidos dentro da lei. 

O espírito deste 7 de Setembro - em um clima que não lembra em nada o dos pesados anos anteriores - é manter longe dessas investigações a imagem das Forças Armadas, que devem também estar separadas da política - como instituições de Estado, de acordo com a Constituição, o que é básico na pacificação política de qualquer país democrático.

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