Ciro: Lula só pensa em política e faz de conta que somos um bando de imbecis

Em entrevista a José Luiz Datena, ex-governador criticou decisão do STF que manteve a anulação das condenações de Lula

Da redação, com o Manhã Bandeirantes

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elegível. Em entrevista a José Luiz Datena no Manhã Bandeirantes, Ciro afirmou que Lula só pensa em política e “faz de conta que somos um bando de imbecis”.

“Neste momento, mais da metade do povo está sem oportunidade de trabalho decente. Vivendo de bico, sem qualquer garantia de vida. Pandemia, economia, um desastre geral. Infelizmente, o Lula só pensa em política. Ao só pensar em política, ele não tem critério nenhum. Faz de conta que somos um bando de imbecis, idiotas, cegos, desmemoriados, que temos que dar amém para todo tipo de contradição dele”, afirmou Ciro na Rádio Bandeirantes.

De acordo com o Ciro, um dos possíveis candidatos à presidência em 2022, "Lula não se renova". “Ele pode fazer o que quiser e bem entender que todo mundo bate palma. Isso corrompeu ele. Tenho estima pelo Lula, mas, para ele, o Brasil é um detalhe. O negócio dele é ele, ele, ele e ele de novo. Eu estou em outra, vou tentar propor projeto”, disse.

"Acredito que o lulopetismo é parte central do nosso problema. Existiria o bolsonarismo radical se não fossem as contradições do PT? É uma pergunta simples, qualquer pessoa pode pensar: não existiria. A população votou nesse despreparado porque perdeu emprego, assistiu a uma massa de escândalos (…). Agora, para enfrentar Bolsonaro, vamos obrigar o povo a esquecer tudo isso? O passado é uma roupa que não nos serve mais.”

"Nulidade não diz que o cara é inocente”

Perguntado por Datena sobre a decisão do STF que manteve Lula elegível, Ciro disse que “não é obrigado a admirar todas as decisões” que os ministros tomaram

Ciro citou como exemplo a Operação Satiagraha, que foi anulada em 2011. “Tentei avisar muitas vezes que o comportamento do Sérgio Moro e dos procuradores de Curitiba estavam semeando nulidades. Porque no Brasil é assim. Na hora em que a imprensa estava prestando atenção, [o banqueiro] Daniel Dantas foi preso, tinha tinha um delegado valentão, tinha o procurador da República valentão etc. Quando a imprensa parou de prestar atenção, aquilo foi tudo anulado e as pessoas, que evidentemente eram culpadas, acabaram impunes e pior, mentindo que eram inocentes", lembrou o ex-governador. 

“Porque na verdade a nulidade não diz que o cara é inocente. Ela apenas diz que o processo foi feito de forma errada. Estamos falando de processos, de condenações que levaram o Lula a 580 dias de cadeia, como é que o Supremo Tribunal Federal vai explicar? Ele não precisa explicar nada, porque a última palavra é do STF. Mas a gente não precisa admirar", destacou.

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