Um levantamento feito pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo mostra que muitas cidades ainda lutam para conseguir manter os pacientes sedados. As informações são da repórter Giovanna De Boer, da Rádio Bandeirantes e da reportagem da BandNews FM.
Entre os medicamentos em falta estão bloqueadores neuromusculares e remédios de sedação contínua.
A cidade de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, estava até o início da manhã desta sexta-feira (30) com estoque apenas para o dia de hoje, mas a prefeitura informou que conseguiu adquirir medicação para os próximos 20 dias.
Foram entregues o sedativo Propofol, e os bloqueadores neuromusculares Rocurônio e Cisatracúrio. De acordo com a Prefeitura de Ribeirão Pires, os governos federal e estadual ainda não deram nenhuma previsão de repasse de medicamentos.
Toda a produção de medicamentos que integram o kit intubação é obrigatoriamente direcionada ao Ministério da Saúde.
A regra foi estabelecida no início de março para centralizar a compra dos remédios e, assim, facilitar a distribuição pelo país.
Para o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorintcheyn, o confisco impossibilita um ajuda mais eficaz aos municípios.
Além da medida adotada pelo governo federal, a nova variante do coronavírus contribuiu para um aumento de pacientes internados e, consequentemente, nos remédios do kit intubação:
“Primeiro que nós tivemos um grande número de pessoas necessitando intubação em todo o país e no estado de São Paulo também não foi diferente. Por outro lado, o Ministério da Saúde chega nos produtores e fabricantes e diz ‘olha toda sua produção é minha. Você só vai distribuir para estados, municípios e hospitais as requisições já feitas, as compras já assumidas previamente. Todas as vezes que municípios e o estado precisaram fazer compras, não tinha disponibilidade”, disse.
De acordo com o secretário de saúde, São Paulo está negociando internacionalmente chegada dos medicamentos no estado.