O ciclone Yakecan alcança nesta terça-feira a costa do Rio Grande do Sul. Segundo a MetSul Meteorologia, o vento forte deve atingir especialmente o Leste gaúcho, com rajadas perto e acima de 100 km/h em grande parte da costa e da área da Lagoa dos Patos e entorno.
“Algumas localidades podem exceder 120 km/h (força de furacão). A tempestade marítima ainda deve trazer chuva que no Leste gaúcho por vezes será forte e até torrencial em diversas cidades durante a passagem do ciclone”, diz a MetSul.
O sistema deverá se deslocar muito rapidamente pela costa, menos de doze horas entre a sua aproximação pelo Sul gaúcho e distanciamento pelo Norte, os acumulados de precipitação não deverão ser extremos na maior parte das cidades do Leste gaúcho. Mesmo assim haverá pontos com 50 mm a 100 mm.
O ciclone é classificado como subtropical (centro quente em superfície em superfície e frio em altitude) pela Marinha do Brasil.
Furacão
Por se tratar de um ciclone anômalo (subtropical ou tropical), e não o convencional e frequente extratropical, que não é nomeado, o sistema recebe o nome de Yakecan, o “som do céu” na língua tupi-guarani.
Já a Meteorologia nos Estados Unidos e experts internacionais entendem que o sistema na costa gaúcha será potencialmente um ciclone tropical (centro quente).
A MetSul entende que o sistema na costa será inicialmente subtropical e ganhará características tropicais.
Considerando as projeções de vento sustentado, que definem o subtipo de ciclone tropical, a tendência é de uma forte tempestade tropical na costa gaúcha e que poderá trazer rajadas de vento com força de furacão (acima de 120 km/h), embora não seja um furacão.
Rio Grande do Sul
Em Porto Alegre, a estimativa da MetSul é de rajadas, em média, de 80 km/h a 90 km/h, mas, adverte-se, a topografia da cidade (morros e prédios que canalizam vento) e a presença da lagoa ao Sul e do Guaíba a Oeste podem resultar em vento perto ou superior a 100 km/h, sobretudo em pontos mais ao Sul da cidade e próximos da Lagoa dos Patos.
Cidades mais ao Sul da área metropolitana como Guaíba, Eldorado do Sul e Viamão podem igualmente ter vento muito forte. O Vale do Sinos, pelo seu relevo, costuma ter vento menos forte.
Vento forte já causa vítimas
Uma pessoa morreu e outra está desaparecida depois dos fortes ventos no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, um barco de pescadores naufragou no Lago Guaíba. Um homem de 51 anos desapareceu nas águas.
Quatro homens, integrantes de um grupo de pesca, estavam em duas embarcações quando do naufrágio. Os demais conseguiram chegar na margem em segurança.
O vento muito forte, que na manhã de hoje passava de 60 km/h no aeroporto e atingia intensidade maiores no Guaíba, dificultava as buscas.
No Uruguai, um homem de 24 anos morreu na tarde de segunda-feira (16) depois que uma palmeira caiu no telhado de sua casa em decorrência do vento forte. Um vizinho explicou que ouviu o barulho e saiu para ajudar. “Encontrei outros vizinhos que estavam procurando uma maneira de tirá-lo, sua esposa fugiu e foi salva”, disse ele ao canal 4 de Montevidéu.