Chuva inunda zoológico de animais exóticos na Alemanha

Em pleno inverno, mais de 200 primatas, roedores, suricates e até antílopes tiveram que ser reacomodados em um parque na Baixa Saxônia. A água invadiu até mesmo parte dos estábulos dos animais.

Por Deutsche Welle

As fortes chuvas que têm se abatido sobre partes da Alemanha e fizeram subir o nível dos rios em pleno inverno puseram debaixo d'água nesta quinta e sexta-feira (28/12) quase todo o Serengeti Park, zoológico e parque de diversões ao ar livre na Baixa Saxônia, norte do país, que abriga 1.500 animais selvagens.

A água invadiu alguns dos abrigos onde os animais eram mantidos, e funcionários e trabalhadores dos serviços de emergência tentavam criar barragens improvisadas para proteger as áreas que ainda não haviam sido afetadas, informou uma porta-voz do zoológico. Também são usadas bombas para esvaziar áreas inundadas.

Ao menos 200 macacos tiveram que ser reacomodados às pressas em uma área seca do parque, juntamente com alguns antílopes – que tiveram que ser sedados –, lêmures, cães-da-pradaria e suricates.

O Serengeti Park, ao norte de Hannover, fica perto do rio Meisse, que transbordou após vários dias de chuvas intensas durante o feriado de Natal, que afetaram várias partes do leste e norte do país.

O zoológico tem uma área de 220 hectares – o equivalente a cerca de 310 campos de futebol. Segundo a administração do parque, cerca de um terço disso está debaixo d'água.

A inundação ocorreu durante a pausa de inverno do parque, quando as instalações ficam fechadas ao público.

Animais maiores permanecem no local apesar de estábulos parcialmente inundados

A situação estava especialmente ruim na sexta-feira em uma área do parque que abriga antílopes e girafas, além de alguns chalés para hóspedes.

Embora a água já tivesse chegado aos estábulos, o parque afirma que a remoção dos animais é uma tarefa complexa e arriscada, que requer o uso de sedativos, e que por isso não seria executada de imediato a menos que a situação piorasse consideravelmente.

"No momento, a água ainda está abaixo do topo de seus cascos. Podemos absorver isso com palha", disse a porta-voz Asta Knoth à agência de notícias dpa.

Segundo Knoth, esses mamíferos maiores só seriam realocados se a situação piorar consideravelmente.

"Você tem que pensar muito antes de mover uma girafa", disse ela. "Não é algo livre de riscos."

A equipe do zoológico estuda como evacuar animais de grande porte – picapes e caminhões já não conseguem mais atravessar as estradas até esses estábulos devido ao alto nível da água.

Na quarta, o parque teve que cortar temporariamente a eletricidade e recorrer a geradores de emergência para aquecer os estábulos e provê-los com água potável – algo imprescindível para a saúde e o bem-estar de animais exóticos como elefantes, leões, girafas e rinocerontes que vivem ali e não estão acostumados às baixas temperaturas.

Na sexta, o nível da inundação havia baixado em 35 centímetros, mas a situação continuava crítica.

Governador visita a cena

Governador da Baixa Saxônia, o social-democrata Stephan Weil visitou o local nesta quinta acompanhado do presidente nacional do Partido Social-Democrata, Lars Klingbeil.

Nos pequenos vilarejos próximos dali, várias centenas de pessoas tiveram que deixar suas casas devido à inundação.

Há alertas para níveis elevados de água em vários rios em toda a Baixa Saxônia, incluindo o Weser, o Aller, o Leine e o Oker. O Exército e a Polícia Federal foram mobilizados e estão atuando nas áreas alagadas, ajudando a construir barreiras de contenção.

Em Meppen, também na Baixa Saxônia, os 52 moradores de um asilo de idosos tiveram que ser evacuados preventivamente devido ao risco de inundação.

Dias de chuvas intensas incomuns deixaram várias regiões da Alemanha debaixo d’água. Embora o tempo tenha firmado desde então, em alguns casos o excesso de água ainda escoa para os rios, levando a riscos contínuos de enchentes, mesmo com o enfraquecimento dos alertas de tempestade.

A situação é especialmente preocupante nos estados da Baixa Saxônia e da Renânia do Norte-Vestfália.

ra (AFP, dpa, ots)

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