'Chip da beleza': veja alerta contra a prática não autorizada pela Anvisa

Tratamento estético promete efeitos milagrosos, mas pode causar efeitos colaterais e danos graves à saúde

Por Roberta Scherer

Um tratamento estético que promete efeitos milagrosos, mas que pode causar danos graves à saúde. Os médicos alertam: cuidado com o “chip da beleza”. 

As promessas são muitas: diminuir a perda óssea, aumentar a libido e a massa muscular, por exemplo. Em publicações na internet, o chamado “chip da beleza” é associado a corpos sarados e a resultados estéticos rápidos. 

O chip na verdade é um implante hormonal aplicado embaixo da pele. O hormônio mais utilizado é a gestrinona, que tem efeito anabolizante, substância que, para fins estéticos, é proibida pelo Conselho Federal de Medicina. 

A gestrinona não é proibida no Brasil, em pequenas quantidades, para tratamentos ginecológicos, como os da endometriose ou em casos graves de TPM. O medicamento deve ser manipulado e seguir receita médica, com o tal do “chip da beleza” é bem diferente. 

“Altas doses que você não sabe à procedência, nem o que é colocado junto, não é receita de bolo que vai funcionar da mesma forma para todas”, disse a ginecologista Regina Amarante. 

Os efeitos colaterais preocupam. Há riscos graves de infarto e AVC, em alguns casos o chip pode causar o inverso do que promete: ganho de peso, queda de cabelo, além de crises de acne e engrossamento da voz. 

“Acabou mudando um pouco do formato do meu rosto e do meu corpo. Na época, fiquei bem preocupada, depois eu retirei e levou muito mais tempo, quase um ano para o meu organismo voltar ao eixo”, afirmou a influenciadora digital Deia Cypri. 

A venda indiscriminada do chip, que não é regulamentada pela Anvisa, fez com que entidades médicas enviassem uma carta à agência demonstrando preocupação. O órgão diz que acompanha os importadores e farmácias de manipulação que lidam com o produto.

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