A China se tornou a primeira potência a sinalizar um reconhecimento da tomada de poder pelo Talibã. As informações são de Jamil Chade, colunista do BandNews TV para assuntos internacionais.
Menos de 24 horas após o grupo retomar o domínio do país, o governo chinês anunciou estar disposto a manter relações amistosas com o novo governo. Já a Rússia, que assim como os chineses, não fechou sua embaixada em Cabul, indicou que irá tomar uma decisão sobre um eventual reconhecimento com base na "conduta" do Talibã.
O colunista aponta interesses geopolíticos na atitude do governo chinês - os países fazem fronteira com o estreito no final do corredor Wakhan, que chega ao oeste da China, em Xinjiang.
A China ainda vê um problema doméstico na região, onde vivem os uigures, majoritariamente muçulmanos e alvo da repressão de Pequim. Para evitar conflitos, o governo comunista quer um pacto com o Talebã, para que ela não apoie os uigures. Por outro lado, eles estão dispostos a ajudar o grupo na transição de poder e até de fazer financiamentos para ajudar a reconstruir o Afeganistão.
O grupo insurgente chegou à Cabul no fim de semana, derrubou o governo e voltou ao poder. A ofensiva militar começou em maio, quando as tropas estrangeiras passaram a se retirar do país.
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