China liberta três americanos em troca de chineses presos nos EUA

Por Agência Estado

A Casa Branca esperava conseguir as três libertações antes de Biden deixar o poder. O americano apresentou os casos ao presidente chinês, Xi Jinping, durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), no Peru, há duas semanas. Com as trocas, analistas dizem que a China tenta mostrar que está disposta a cooperar em certas áreas de interesse comum com os EUA.

"A China não costuma fazer trocas de prisioneiros. Agora, ela não apenas parece mandar um presente de despedida a Biden, mas está sinalizando a Donald Trump a possibilidade de fazer concessões importantes", disse John Kamm, fundador da Dui Hua Foundation, um grupo de direitos humanos.

Prisões

Os três americanos libertados são Mark Swidan, Kai Li e John Leung - Swidan e Li estariam com a saúde extremamente debilitada. "Eles voltarão em breve e se reunirão com suas famílias pela primeira vez em muitos anos", disse Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

Swidan, Li e Leung são os últimos prisioneiros que o Departamento de Estado dos EUA considera como detidos injustamente na China, embora ativistas e parentes denunciem outros casos. As identidades dos chineses libertados não foram reveladas.

Swidan foi detido em 2012 durante uma viagem de negócios à China, acusado de tráfico de drogas. Seis anos depois, foi condenado à morte. Sua família afirma que nunca houve provas contra ele. Kai Li, nascido em Xangai e naturalizado americano, dirigia uma empresa de exportação de tecnologia aeronáutica quando foi preso em 2016, acusado de espionagem e condenado a 10 anos. Leung, que vivia em Hong Kong, era informante do FBI, foi detido em 2021 e condenado à prisão perpétua por espionagem.

Com os três cidadãos americanos soltos, o governo Biden já conseguiu a libertação de mais de 70 americanos detidos no mundo. Em setembro, os EUA repatriaram o pastor David Lin, preso na China desde 2006. Mais tarde, o governo americano reconheceu que a libertação era parte de uma troca por um chinês.

Pressão

O governo americano pressiona a China para tomar medidas contra os produtores de precursores do fentanil, um opioide sintético responsável por dezenas de milhares de mortes por overdose todos os anos nos EUA. Um relatório recente do Congresso acusa Pequim de financiar a produção dos químicos.

Trump prometeu uma abordagem mais beligerante contra o fentanil e a imigração. Nesta semana, ele disse que aumentaria as tarifas sobre os produtos chineses - e imporia tarifas aos vizinhos México e Canadá. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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