A China deve liberar a exportação de insumos para a produção da Coronavac entre terça e quarta-feira. Essa é a estimativa do secretário de Relações Exteriores do estado de São Paulo, Júlio Serson. As informações são de Maira Di Giaimo, da Rádio Bandeirantes.
A Sinovac tem dois lotes prontos para o envio; o Butantan espera que o primeiro, com material para cerca de 5 milhões e meio de doses chegue ainda neste mês. O segundo, com insumos para mais 5 milhões e meio de vacinas, deverá chegar até o dia 20 de fevereiro.
Para Julio Serson, problemas burocráticos não vão interferir na chegada das cargas ao Brasil.
Não é de hoje que a indústria farmacêutica brasileira depende de matérias-primas importadas.
Segundo a associação que representa o setor, em 2019, cerca de 95% dos insumos utilizados no país vieram de fora, principalmente da Índia e da China.
Um dos motivos, é a falta de investimento em ciência, destaca o pesquisador em biotecnologia e medicina, René Beleboni.
Os contratos firmados pelo Butantan e pela Fiocruz com laboratórios estrangeiros preveem a transferência de tecnologia. Ou seja, o repasse do conhecimento científico e tecnológico para que todo o processo de produção possa ser feito no Brasil.
A previsão do Butantan é ter uma produção totalmente nacional a partir de outubro, quando a fábrica que passa por reformas estiver pronta e receber as certificações da Anvisa.
Já a Fundação Oswaldo Cruz pretende dispensar os insumos estrangeiros entre agosto e setembro.
Até lá, o Brasil vai precisar contar com material importado para não precisar interromper a vacinação, ressalta a epidemiologista Denise Garret.
Até agora, o Governo Federal só tem acordos firmados com a Fiocruz, Butantan e o consórcio global Covax Facility para o fornecimento das vacinas.