O presidente do Chile, Gabriel Boric, votou no plebiscito que decide se os chilenos aprovarão ou não a nova Constituição do país, herdada da ditadura de Augusto Pinochet. Mais de 15 milhões de cidadãos vão às urnas neste domingo (4). A apuração do pleito deve ser concluída na próxima segunda-feira (5).
Boric usou as redes sociais para mostrar que votou. Na ocasião, o presidente chamou a votação de histórica e pediu para os chilenos exercerem o direito com “responsabilidade, calma e muita alegria”.
“Orgulho do momento histórico que vivemos como país. Exerçamos nosso direito e dever de escrever nossa história votando com responsabilidade, calma e muita alegria. Sempre com mais democracia, nunca com menos”, escreveu Boric.
A votação para a escolha ou não da nova Constituição do Chile é obrigatória. O texto é uma resposta aos protestos vividos no Chile em 2019, que provocaram centenas de mortos e danos a infraestruturas.
Na ocasião, milhares de pessoas foram às ruas contra o governo de Sebastián Piñera para manifestações contra a desigualdade social e econômica no país. Entre os pontos previstos, estão a extinção do Senado, além da criação de câmaras regionais e de tribunais de justiça especiais.
Um dos pontos mais polêmicos é o artigo 34, que estabelece que povos indígenas tenham direito a um governo próprio nas terras protegidas. O trecho, porém, não entra em detalhes caso as terras tenham riquezas minerais.
Outro destaque polêmico tem a ver com a pauta dos costumes, pois o texto prevê o direito ao aborto. O tema foi incluído na nova Carta Fundamental em junho deste ano.
Apesar das tensões recentes, o Chile desfruta de altos índices de prosperidade social e econômica. O país é o que tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina: 0,783, considerado alto.