Chefe de polícia admite falhas na segurança na morte de Shinzo Abe no Japão

Ex-primeiro-ministro foi morto em um ataque a tiros enquanto discursava na província de Nara. Papa lamentou a morte

Da redação

O chefe da polícia da província de Nara, Tomoaki Onizuka, admitiu neste sábado (9) que houve falha na segurança ao ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, durante o comício que ele participou na sexta-feira (8). Abe foi morto após levar um tiro pelas costas.

"É inegável que houve problemas na segurança", disse Onizuka, chefe da polícia da província de Nara, em entrevista coletiva, um dia após o ataque a tiros. Ele prometeu investigações profundas sobre o caso e disse que vai tomar todas as medidas possíveis.

Shinzo Abe, de 67 anos, foi primeiro-ministro do Japão entre 2006 e 2007 e, mais tarde, entre 2012 e 2020. O homem suspeito de atirar em Shinzo Abe disse à polícia que estava descontente com o ex-primeiro-ministro japonês e pretendia matá-lo, disse a emissora nacional NHK, citando a polícia.

O comício desta sexta-feira ocorria antes das eleições para o Senado japonês, marcadas para domingo (10). Abe discursava em apoio a Kei Sato, um membro da câmara alta do Parlamento que concorre à reeleição como representante da cidade de Nara.

Um novo vídeo que circula nas redes sociais mostra que o ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe leva dois tiros pelas costas enquanto fazia um discurso durante comício na cidade de Nara, perto de Quioto. Ele morreu em seguida.

Abe chega a olhar para trás ao receber o primeiro tiro e depois recebe o segundo e cai para a frente. Imediatamente os seguranças do ex-premiê imobilizam o atirador identificado como Tetsuya Yamagami, com cerca de 40 anos. Ele é ex-militar da Marinha japonesa e usou “equipamento semelhante a uma arma”, uma espécie de espingarda artesanal. 

Yamagami disse que tinha ódio de certos grupos políticos japoneses. A polícia encontrou várias pistolas do mesmo tipo na casa dele. O Japão prevê pena de morte por enforcamento para crimes como esse. 

O funeral de Shinzo Abe deve começar nesta segunda-feira (11) em um templo em Tóquio e deve terminar só na terça (12). A cerimônia será limitada a familiares e pessoas próximas.

Papa lamenta morte

O Papa Francisco escreveu uma mensagem neste sábado (9) em suas redes sociais lamentando a morte de Shinzo Abe. “Fiquei profundamente triste ao saber do assassinato do Sr. Shinzo Abe, ex-primeiro-ministro do Japão. Eu ofereço minhas sinceras condolências à sua família, amigos e ao povo do Japão. Eu rezo para que a sociedade japonesa seja fortalecida em seu compromisso histórico com a paz e a não violência.”

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