Depois de a Justiça derrubar a liminar que barrava as aulas presenciais, as escolas particulares voltaram ao ensino presencial em São Paulo nesta segunda-feira (1). A decisão da data de retorno cabe a cada estabelecimento. Segundo o Sindicato que representa as instituições particulares, 95% das escolas já estão em atividade.

Quem deve definir o calendário escolar é o poder executivo e não o judiciário: esse foi um dos argumentos apresentados pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para derrubar as liminares que suspendiam o retorno das aulas de educação infantil na capital paulista e da rede pública e particular em todo Estado.

Na decisão, Geraldo Pinheiro Franco disse ainda que interromper o processo de alfabetização pode trazer danos irreparáveis para o aluno. Com isso, as escolas particulares retomaram as aulas presenciais.

“A turma que está na escola está assistindo e quem está em casa está assistindo a mesma aula. A escola está toda equipada. Do ensino infantil até o terceiro série ensino médio para esse modelo”, explica a diretora de escola Gisela Bertipaglia.

Alguns pais de alunos se uniram para defender a retorno. Isabel Quintella é uma das fundadoras do movimento Escolas Abertas. Mãe de três crianças, ela defende que a retomada das aulas presenciais é fundamental para o aprendizado.

“Por mais que que a gente tem vários meios, hoje em dia, que facilitem e que podem servir de apoio nesse aprendizado e nessa educação, não há nada que substitua um professor em sala de aula”, justifica a mãe.

O ensino deve acontecer em esquema de rodízio, já que a capacidade da sala de aula não pode ultrapassar os 35%. Cabe ao professor se dividir entre a câmera que leva o conteúdo para quem ainda está em casa, e os alunos presenciais.

Os sindicatos que buscaram na Justiça a suspensão do retorno das aulas afirmam que há uma nova escalada da pandemia se disseminando pelo Estado e que o ritmo da vacinação ainda é lento.

Professores e funcionários de instituições de ensino ainda não têm data definida para receber a primeira dose da vacina.

A rede pública de São Paulo retoma o ensino presencial no dia 8 de fevereiro. Já a rede municipal da capital volta no dia 15. Nesta segunda, o governo do Estado anunciou a criação de uma comissão médica de educação para nortear a volta às aulas.