Cerca de 20 milhões de testes de Covid vencidos ou prestes a vencer, no Brasil, tiveram que passar por uma reavaliação para serem liberados ao mercado. Entre eles, testes rápidos e o RT-PCR, mais conhecido como o teste do cotonete. As informações são do repórter Guilherme Oliveira, da Rádio Bandeirantes.
Isso só foi possível por causa de uma resolução da Anvisa, de dezembro, que permitiu aos fabricantes ou importadores pedir um novo parecer sobre os produtos.
A revisão é feita por um consórcio de entidades do setor, explica Carlos Eduardo Gouvêa, presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial.
“Esses testes vão passar por uma comparação com amostras da vida real, oriundas de pacientes de Covid-19, é feita a emissão de um relatório da Fiocruz, que é o INCQS (Instituto Nacional do Controle de Qualidade em Saúde) ou do Consórcio da CBDL com a Abramed, com 13 laboratórios públicos e privados, fazem uma análise de sensibilidade, especificidade, além da acurácia exatamente para verificar se continuam eficazes”, disse.
Entre os testes que passaram por reavaliação estão 7 milhões do tipo RT-PCR do Ministério da Saúde, que tiveram a validade prorrogada até abril.
O lote faz parte da compra de 10 milhões de testes de um laboratório Sul-coreano, feita pelo governo federal em parceira com a Organização Pan-Americana da Saúde.
A aquisição é feita por meio de um Fundo Estratégico das Américas, explica Jarbas Barbosa, vice-diretor da Opas.
“Vários países fizeram pedidos, ou seja, eles solicitam a quantidade que eles definem, enviam os recursos, nós fazemos a aquisição e entregamos no país. O Brasil fez essa aquisição de testes de PCR e a Opas cumprindo a programação, fez a aquisição e entregou para que pudesse ser utilizado”, afirmou.
Uma das justificativas para a quantidade de testes próximos ao vencimento, tanto do Ministério da Saúde quanto dos laboratórios, é a maior oferta do que a demanda.
Desde o início da pandemia, a Anvisa já recebeu 822 pedidos de registro ou reavaliação dos produtos de Covid e aprovou 518.
Por causa disso, houve ampliação dos locais de testagem, lembra Carlos Eduardo Gouvêa, presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial.
“Se você for analisar por serem testes profissionais eles seriam usados apenas em hospitais e laboratórios. Para 212 milhões de pessoas nem sempre você tem. São seis mil hospitais, são 18 mil laboratórios, mas a gente precisava fazer alguma coisa. Entraram as farmácias, mas em um universo de 88 mil, nem todas aderiram”, disse.
Após reavaliação e comprovação da eficácia dos produtos, cabe à Anvisa decidir se libera ou não para o mercado.
Em nota, a Agência diz que já autorizou 3 pedidos, incluindo a do Ministério da Saúde, e outros ainda passam por análises laboratoriais.